16/10/2009

Texto e discurso - Intertexto e interdiscurso

Segundo o teórico russo Mikhail Bakhtin, nenhum discurso é original. Toda palavra é uma resposta à palavra do outro, todo discurso reflete e refrata outros discursos. É nesse terreno que se situa o caráter dialógico da linguagem e suas múltiplas possibilidades de criação e recriação.

Como o DISCURSO é definido por diversos autores?

Um comentário:

  1. Para Pêcheux (PECHÊUX, 1969 apud ORLANDI, 2006), o discurso não deve ser entendido como uma simples transmissão de mensagem de um locutor para um interlocutor. O discurso é o efeito de sentidos que são construídos durante uma interlocução.
    Para Foucault (FOUCAULT apud BRANDÃO, 2004), o discurso dá-se num conjunto de regularidades, onde podem ser manifestadas várias posições de subjetividade.
    Para Courtine (1999) discorre acerca do assujeitamento ideológico, em que o sujeito é levado a participar, a se colocar no lugar de determinada classe social, ou seja, o sujeito identifica-se ideologicamente com determinada classe social. Para Courtine (1999), esse processo de assujeitamento considera dois níveis: nível da enunciação e nível do enunciado. O primeiro diz respeito simplesmente ao que é dito por um enunciador em um determinado momento; o segundo diz respeito ao eixo vertical (interdiscurso). Entenda-se por “enunciador” a definição dada por Ducrot (1987), que considera “enunciador” a perspectiva do locutor projetada num discurso, podendo essa definição ser comparada ao que Genette denomina “centro de perspectiva”. Deste modo, pode-se dizer que o assujeitamento é eficaz na medida em que o sujeito, ao apropriar-se de enunciados presentes no interdiscurso, cria a ilusão de que é o criador absoluto do que diz.

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